sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ELTON JOHN DIZ QUE JESUS ERA UM "GAY SUPERINTELIGENTE"


da Folha Online/19/02/2010

O cantor britânico Elton John, 62, deu uma entrevista a revista norte-americana "Parade" na qual declarou que Jesus era gay. A entrevista ganhou destaque no tabloide inglês "The Sun".
"Acho que Jesus tinha muita compaixão, era um homem gay superinteligente, que entendeu os problemas da humanidade", disse.
"Jesus queria que nós amássemos e perdoássemos. Não sei o que faz as pessoas serem tão cruéis. Tente ser uma lésbica no Oriente Médio --é melhor estar morto."
Na mesma entrevista, ele comenta como conheceu o companheiro, David Furnish, 47. "Senti atração imediata por David. Ele estava muito bem vestido, era muito tímido. Na noite seguinte, nós jantamos. Depois disso, nos apaixonamos muito rápido."

PARTICIPE!!!
7ª Mostra de Homocultura e II Seminário:
“Sertão Sem Homofobia! Construindo a Cidadania!”
Data: 17 a 21 de Maio de 2010
Local: Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro/Unimontes

Atividades: Palestras, Mesa-redonda, Debates, Apresentação de Trabalhos, Mini-Cursos, Exposição, Feira Cultural, Cinehom.

Realização:
Núcleo de Estudos Sobre Homocultura – Nehom
Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Informações: (38)3229.8109 ou nehom@unimontes.br

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

7ª MOSTRA DE HOMOCULTURA E II SEMINÁRIO "SERTÃO SEM HOMOFOBIA! CONSTRUINDO A CIDADANIA

"...sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar " (Guimarães Rosa)


7ª Mostra de Homocultura e II Seminário:
“Sertão Sem Homofobia! Construindo a Cidadania!”

Data: 17 a 21 de Maio de 2010
Local: Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro/Unimontes

Atividades: Palestras, Mesa-redonda, Debates, Apresentação de Trabalhos, Mini-Cursos, Exposição, Feira Cultural, Cinehom.

Realização:
Núcleo de Estudos Sobre Homocultura – Nehom
Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes
Informações: (38)3229.8109 ou nehom@unimontes.br

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NATAL ARCO-ÍRIS: MOVIMENTANDO EM 2010 PARA A LIBERDADE

O que é, O que é?
( Gonzaguinha)
Eu fico Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonitaE é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de serUm eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repitaÉ bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batidaDe um coração
Ela é uma doce ilusãoHê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é?
O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...



É isso aí...E a moral da história está sempre na glória de fazermos o que nos satisfaz!

Aos gays-noéis, lés-noéis e trans-noéis...um arco-íris de felicidades!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Igreja Luterana da Suécia – a maior do país – deve começar a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo a partir do mês que vem.
Cerca de 70% dos 250 membros do sínodo da igreja votaram a favor da medida, tornando-a uma das primeiras grandes igrejas do mundo a permitir o casamento gay.
O governo da Suécia aprovou uma nova lei em maio garantindo a casais homossexuais os mesmos direitos concedidos a casais heterossexuais.
Cerca de três quartos dos suecos são membros da Igreja Luterana, apesar de o número de praticantes ser relativamente baixo.
A Igreja Luterana diz que a partir de novembro qualquer um de seus pastores poderá celebrar casamentos entre homossexuais.
Pastores individuais não serão “forçados” a celebrar os casamentos gays, mas poderão ser substituídos para as cerimônias caso se recusem.
Apoio
A igreja, que até 2000 estava sob o controle do Estado, apoiou a decisão do governo de legalizar os casamentos gays em maio.
Mas alguns líderes religiosos defenderam que as cerimônias da igreja e o termo matrimônio sejam reservados às uniões heterossexuais.
Outros se opuseram à nova lei argumentando que ela seria contrária às escrituras religiosas.
“De minha parte, acho que a decisão correta foi tomada, mas tenho empatia com os muitos que acreditam que isso foi longe demais”, afirmou o arcebispo da Suécia, Anders Wejryd.
O principal grupo gay do país, a Federação Sueca dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros, elogiou a decisão da Igreja Luterana.
“Nós congratulamos a Igreja da Suécia por sua decisão. Os membros homossexuais e bissexuais da Igreja finalmente poderão se sentir um pouco mais acolhidos pela sociedade”, afirmou o grupo num comunicado.
A Suécia foi um dos primeiros países a dar aos casais homossexuais direitos para “parcerias civis”, em meados dos anos 1990, e a permitir que casais homossexuais adotassem crianças, a partir de 2002.
Com a lei aprovada em maio, a Suécia se tornou o quinto país europeu a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, depois da Holanda, da Bélgica, da Espanha e da Noruega.
Fonte: Athos GLS
08/12/2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

1º DEZEMBRO - DIA MUNDIAL DE COMBATE A AIDS

1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O momento é mais que oportuno para refletir sobre a atual situação da epidemia no Brasil. Apesar de o País há anos ser considerado modelo no sistema de tratamento contra o HIV desde que quebrou patentes de medicamentos e passou a fabricá-los em território nacional, não dá para fazer ouvidos de mercador ao Relatório sobre a Epidemia Global de AIDS 2009, divulgado recentemente pela UNAIDS em parceria com a OMS. De acordo com o documento, 33,4 milhões de pessoas convivem com o vírus mundo afora. Desses, 2,7 milhões foram infectados em 2008. O dado significa que, de oito anos para cá, o número de novas infecções caiu em 17%. O número é animador, mas é preciso frisar que 2 milhões de pessoas morreram em decorrência da Aids no ano passado. O número mais que justifica campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção e de se conhecer o próprio estado sorológico. Se tomarmos como exemplo casos como o do estado de São Paulo, essa realidade é ainda mais facilmente percebida. Apesar da transmissão do HIV ter diminuído 64%, a taxa de mortalidade subiu. A região epidemiológica onde isso foi mais percebido foi a de Barretos, com 15,1 óbitos por 100 mil habitantes (em 2007 o número era de 13,4). Ainda assim a região Sudeste é a única onde a taxa de mortalidade tem caído. Nas demais, os óbitos em decorrência do HIV apresentam ligeira tendência de crescimento. Preocupantes Jovens gays e garotas representam os segmentos que mais vem necessitando de ações específicas. No caso de homossexuais em geral, a tendência é de estabilização de novas infecções. No entanto, entre gays com idade entre 13 e 24 anos, o crescimento é assustador. Em 1997, a taxa de contaminação nesta faixa etária era de 29%. Dez anos depois, passou para 43,2%.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

PASTORES GAYS SE CASAM EM MEGA CERIMÔNIA NO RJ

No dia 20 de novembro de 2009 os fundadores da Igreja Cristã Contemporânea, pastores , foram os protagonistas do primeiro enlace matrimonial entre pastores evangélicos do mesmo sexo da América Latina.A cerimônia ocorreu em uma prestigiosa casa de eventos no Alto da Boa Vista, tradicional bairro do Rio de Janeiro, ao cair da tarde do mesmo dia. O protocolo cerimonial seguiu padrões clássicos, desde todo o repertório musical escolhido pelos noivos até a volumosa presença de casais homoafetivos, somando um total de 60 padrinhos e madrinhas.A liturgia da cerimônia seguiu o critério de dois textos peculiares do Antigo e Novo Testamento, quais sejam, o livro de Rute e o Evangelho segundo João. A preleção não ultrapassou 15 minutos, dando ao evento um tom simples e ao mesmo tempo refinado.Entretanto, além da Palavra de Deus, a cerimônia de casamento envolveu uma série de outros detalhes. Após a entrada dos trinta casais que apadrinharam os noivos, seguiu-se um singelo cortejo de 11 crianças, na qualidade de daminhas e pajens, obedecendo a um protocolo tradicional ainda na maioria dos casamentos. Um detalhe porém chamava a atenção: as referidas crianças eram sem exceção filhas de casais homoparentais, o que deu a abertura do evento um toque de inocência e ao mesmo tempo idealismo.Após este episódio houve o toque de um instrumento musical dos tempos bíblicos ainda hoje utilizado em solenidades religiosas tanto judaicas como cristãs. O Shofar, nome pelo qual é conhecido este instrumento está diretamente ligado a quebra de barreiras, paradigmas e a idéia de vitória, tal como ocorreu na queda das muralhas da cidade de Jericó, na antiguidade bíblica. A função do toque do Shofar nesta cerimônia foi a queda das muralhas do preconceito e da exclusão que ainda marcam o mundo de hoje.O ápice da cerimônia antecedeu a breve preleção religiosa: a entrada dos noivos trajados em fraque de corte inglês em tom gris claro, ao som da marcha nupcial que comoveu imediatamente toda a audiência.

LIÇÕES DE STONEWALL A SÃO PAULO

21/06/2009 - 15:32h
Antonio Quinet – O Globo
Aos 40 anos do movimento gay, repressão resiste e homoterrorismo avança. Por que e até quando?
1969, Stonewall, Nova York. 2009, atentado com bomba na Parada Gay em São Paulo. Após sucessivas batidas policiais com humilhação eprisão no Bar Stonewall, reduto gay do Greenwich Village em NY, os homossexuais reagiram e se rebelaram contra a polícia; a rebelião ganhou o apoio dos passantes e os policiais recuaram.
É o marco histórico do início do movimento de emancipação e liberação dos homossexuais e do combate à homofobia. No ano seguinte, deu-se a primeira Parada Gay. Em São Paulo, além da bomba atirada numa sacola do alto de um prédio, outras agressões deixaram rapazes feridos. Um deles morreu.
Aos 40 anos de Stonewall, ataques como o de São Paulo estão além da homofobia. São atos de homoterrorismo. Apesar das transformações nos costumes e leis e da maior liberdade de expressão da opção sexual, prevalece, mundo afora, a repressão através de atos de guerra. No Brasil, o número de assassinatos de homossexuais aumentou 55% em 2008 em relação ao ano anterior, revela a pesquisa anual sobre crimes com motivação homofóbica, do Grupo Gay da Bahia (GGB).
Como se explica o homoterrorismo? Como a homofobia, termo que designa medo, se transforma em ódio? Por um lado, podemos pensar a partir da lógica da exclusão do diferente e situar o homossexual ao lado do negro e do judeu, vítimas de discriminação e intolerância (o triângulo gay era cor-de-rosa nos campos de concentração) e também, como se tem visto, aqueles que frequentam religiões “fora da norma”, como a Umbanda, alvos de agressões em seus templos. As mulheres, acrescentese, continuam a ser discriminadas. Essa norma mítica, que se confunde com o “normal”, é a do “branco, masculino, jovem, heterossexual, cristão, financeiramente seguro e magro” (cf. Dollimore). O homossexual provoca o imaginário de um gozo outro, tão diferente, e ao mesmo tempo tão semelhante. Para a consciência da norma, é melhor qualificá-lo de pervertido, não-confiável, pois um gozo periférico, daí ser perigoso. Como disse Arnaldo Jabor, os gays “ (…) sempre foram uma fonte de angústia, pois atrapalham nosso sossego, nossa identidade ‘clara’. O gay é duplo, é dois, o viado tem algo de centauro, de ameaçador para a unicidade do desejo… o gay sério inquieta… o gay de terno, o gay forte, o gay caubói são muito próximos de nós (…).”
Ao responder a uma mãe extremamente preocupada com a homossexualidade de seu filho, Sigmund Freud (que assinara uma petição pela descriminalização da homossexualidade) aponta, em 1935, que não é nenhuma desvantagem, nem vantagem, “não é motivo de vergonha, não é uma degradação, não é um vício e não pode ser considerada uma doença”. Apesar disso, só em 1973 a American Psychiatric Association (APA) deixou de classificar a homossexualidade como doença. E depois que ativistas gays, por duas vezes (1970 e 1971), invadiram seu encontro anual.
A psicanálise, na mesma direção, se opõe à pedagogia do desejo, pois esta é uma falácia. Não se pode educar a pulsão sexual, desviá-la para acomodá-la aos ideais da sociedade. A pulsão segue os caminhos traçados pelo inconsciente, individual e singular. A pulsão não é louca: obedece à lógica de uma lei simbólica a que todos estamos submetidos.
Para a psicanálise, o interesse exclusivo de um homem por uma mulher também merece esclarecimento. A investigação psicanalítica, diz Freud em seu texto premiado sobre Leonardo da Vinci, opõe-se à tentativa de separar os homossexuais dos outros seres como um “grupo de índole singular”, pois “todos os seres humanos são capazes de fazer uma escolha de objeto homossexual e que de fato a consumaram no inconsciente”. Ou seja, a bissexualidade é constitutiva de todos, seja a escolha homossexual praticada ou não.
O complexo de Édipo, que cai no esquecimento, comporta também a ligação libidinal do filho para com o pai e da menina para com a mãe, além das ligações do filho com a mãe e da filha com o pai. Assim, o número de homossexuais que se proclamam como tais, diz Freud, “não é nadaem comparação com os homossexuais latentes”.
Há uma diversidade enorme na homossexualidade tanto na praticada quanto na latente e sublimada. Devemos falar, portanto, de homossexualidades”. As sexualidades são tantas quanto existem os sujeitos, determinadas pelas fantasias de cada um. A questão que se coloca nesse episódio de terror é como cada um lida com sua homossexualidade (patente ou latente) que se materializa nas amizades, nas relações entre parentes do mesmo sexo e em todo ajuntamento social.
Segundo Freud, a libido homossexual é o cimento dos grupos e da massa, assim como a raiz dos ideais subjetivos de cada um se encontra em seu narcisismo (do amor por si mesmo e até a auto-estima). O “amar aos outros como a si mesmo” tem claramente fundamento homo (igual) erótico. A aceitação da homossexualidade do outro se encontra na dependência de como o sujeito lida com a sua própria. Quanto mais ele a rejeita em si mesmo, menos saberá lidar com ela, podendo fazer desse outro um objeto de ódio, de agressões e até de assassinato.
Dentro de uma cultura machista e falocêntrica (existe no ocidente alguma que não o seja?) parece mais fácil para a mulher lidar com sua homossexualidade do que o homem. Não é à toa que o lipstick lesbian virou moda entre as meninas. O que está longe de ser o caso para os meninos que cedo, muitas vezes na escola, aprendem a prática do homoterrorismo. A aceitação do outro como sexuado, diferente e independente, podendo fazer suas próprias escolhas de gozo sem ter que se desculpar, é um índice de civilização. O contrário é a barbárie.
ANTONIO QUINET é psicanalista e doutor em filosofia.